segunda-feira, 26 de junho de 2017

Meu filho tem intolerância a lactose. E agora??


Se para um adulto, o diagnóstico de intolerância a lactose já provoca algum susto e confusão, quando o problema ocorre em uma criança, costuma deixar os pais bastante assustados e inseguros.


Mas calma, não é preciso se apavorar caso seu filho tenha sido diagnosticado com intolerância a lactose (IL). Primeiro de tudo, é preciso entender o que é a IL, que é totalmente diferente da alergia à proteína do leite de vaca (APLV).

A lactose é um açúcar presente no leite (qualquer leite animal, vaca, cabra, etc, contém lactose em quantidades diferentes). Durante a fase de amamentação do ser humano (até mais ou menos os dois anos), nosso organismo produz em grandes quantidades a enzima LACTASE, responsável pela digestão da lactose. Por isso a IL é bastante rara em bebês, ao contrário da APLV, mais comum nessa fase. 

O que ocorre é que, depois da fase de amamentação, ocorre uma diminuição natural da produção de lactase, porque os genes que expressam essa enzima aos poucos são desligados. Algumas pessoas, em função de uma mutação, continuam produzindo lactase em quantidades maiores a vida toda, por isso conseguem consumir leite sem problemas. Ou seja, a intolerância é até bastante comum em adultos e, principalmente, idosos. Estima-se que cerca de 75% dos adultos tenham algum grau de intolerância a lactose. Pare para observar se você apresenta mais gases ou desconforto até 48 horas após ingerir leite e derivados. Pode ser IL.

A intolerância também pode ocorrer, de forma temporária, após problemas intestinais, como viroses.

Em crianças, quando a intolerância ocorre, é chamada intolerância primária, e os primeiros sintomas costumam surgir por volta dos cinco anos. Para detectar, podem ser feitos diferentes exames. Tanto o de sangue quanto o de hidrogênio eliminado requerem a ingestão de uma dose alta de lactose, o que não é nada fácil em crianças pequenas. Por exemplo, para uma criança de cerca de 17 kg, são necessários 300 ml da solução, com um sabor nada agradável. dificilmente uma criança ingere aquilo de boa (nem eu tomo!!!)

Outra opção, nesse caso, é o exame genético, que detecta o funcionamento dos genes responsáveis pela produção da lactase. Neste caso, a predisposição para a intolerância pode ser detectada antes mesmo dos sintomas mais característicos aparecerem, e, com acompanhamento médico e a dieta adequada, serem evitados. Foi o caso da minha filha: o exame genético deu positivo, mas ela apresenta poucos sintomas. Fizemos o exame por causa da rinite e hipertrofia de adenóides (lactose piora muito a rinite, para quem tem intolerância é pior ainda). Com a dieta controlada, muitos sintomas já começaram a desaparecer. Outra hora conto mais sobre a relação de IL e rinite.

Então, se você desconfia que seu filho possa ter intolerância, procure o pediatra e peça o exame. Caso seja positivo, conversem sobre a dieta (um nutricionista pode ajudar muito também). Atualmente existem no mercado muitas opções de produtos sem lactose, mas é preciso prestar atenção em produtos que muitas vezes nem pensamos que podem ter lactose (como margarina, maionese e certos medicamentos). Quanto antes descoberta a intolerância, mais fácil de se controlares os sintomas.

A IL não é uma doença propriamente dita, mas pode trazer muitos problemas atrelados à ela, como os sintomas gastrintestinais, enxaqueca e piora de quadros de rinite. Então controlar a IL é questão de qualidade de vida!!

Lembrando que ter IL não significa ter que abolir o leite da dieta, principalmente para crianças, que tem nele uma importante fonte de cálcio!!

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